segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Peter Doherty expõe em Londres quadros criados com seu próprio sangue

O roqueiro britânico Peter Doherty se reinventou como artista e está expondo quadros feitos com seu próprio sangue em uma galeria de arte em Londres.
O show chamado "On Blood: A Portrait of the Artist" (Em Sangue: Um Retrato do Artista) mostra obras criadas para seu álbum solo de 2009 “Grace/Wastelands”, assim como dezenas de outras telas na galeria Camden's Cob.
A curadora do show Rachel Chudley disse à Reuters: “Se você observa a arte através das eras, o tema sempre foi a vida. Todos nós vamos morrer e pintar em sangue é um lembrete de nossa mortalidade. É uma mídia universal. Eu não acho que seja algo grotesco”.
Em uma recente entrevista ao jornal britânico The Independent, o polêmico líder da banda Babysjambles e ex-integrante da The Libertines se referiu à sua incomum técnica de espalhar sangue como “esguicho arterial”.
A maioria dos quadros na mostra é bem distinta, combinando linhas de sangue amarronzado com colagens, poemas e letras de música.
Doherty, 32 anos, cuja utilização de drogas e estilo de vida caótico eclipsou sua música, inclui diversas obras colaborativas com amigos famosos.
A cantora Amy Whinehouse usou seu próprio sangue para se pintar em uma tela ao lado da palavra “ladylike”.
A escritora e artista francesa Aliza Meurisse, que criou a arte de capa no álbum solo de Doherty, contribuiu com um retrato do músico e amigo de Doherty Peter Wolfe, conhecido como “Wolfman”.
A atriz francesa Charlotte Gainsbourg, com quem Doherty gravou um filme no ano passado sobre o poeta francês do século 19 Alfred de Mussed, ajudou a criar um quadro chamado “Leet Life”, aparentemente uma reimaginação da obra “Street Life”.
Os preços variam entre R$ 12 mil e R$ 25 mil para quadros originais e R$ 1,3 para impressões de edição limitada.
Pôsters de cerca de R$ 200 vendiam bem no último domingo (27) enquanto duas peças originais já haviam sido comercializadas.
Curiosidades acumuladas por Doherty ao longo dos anos, algumas trazidas de sua antiga casa em Wiltshire, também estão expostas na galeria.
Ao som de antigas músicas dos Beatles, os visitantes podem observar as relíquias do estilo de vida boêmio de Doherty –coleções inteiras de máquinas de escrever antigas, câmeras, violões, caixas de tabaco, crucifixos, rosários, crânios, pequenos elefantes, manequins com jaquetas vermelhas, um cisne empalhado, dois corvos e inúmeros discos, de jazz de Charlie Parker à trilha sonora do filme de James Bond “Dr. No”.
“Eu gosto desses detalhes. É uma mania de coleção muito impressionante,” disse Kaz, 30 anos, um cabeleireiro de Londres que achou pintar com sangue “estranho” antes de completar “mas ele é muito estranho”.
De repente, o homem em pessoa aparece, de aparência bem relaxada em um terno e chapéu estilo Gavroche, cantando a música dos Beatles “All you need is Love”.
Ele não responde às perguntas, mas assina pacientemente impressões e pôsters e posa para fotos com fãs antes de sair.
“Eu gosto dessa criatividade e o lado sensível dele. Ele é diferente de todo mundo,” diz Valery, 63 anos, de Devon, que diz ser uma fã desde os primeiros dias nos Libertines.
Essa é a primeira vez que Doherty, que é mais conhecido como músico e por ter se envolvido com a supermodelo Kate Moss, foi exposto como artista na Inglaterra.
Em 2008 ele mostrou seu trabalho na galeria Chappe em Paris, onde vive.
Em maio de 2011, Doherty foi sentenciado na Inglaterra a seis meses de prisão por posse de cocaína e libertado em julho, a tempo de fazer apresentações solo nos festivais de Leeds e Reading.
Ele recentemente tocou em alguns trabalhos em Londres e acredita-se que esteja trabalhando em um novo material musical.

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